quarta-feira, 7 de julho de 2010

Natureza morta



Fundo de tela pintado
De Brun Van Dyke

Vejo rosas, cor champanhe
Em um vaso de cobre
Iluminado por um único facho de luz

Vindo mansamente de uma janela
Vidraça... Com gotículas de chuva.

Sinto todo o aroma que exala
Até posso escutar o tilintar
De xícaras de finíssimas porcelanas
É hora do chá, provavelmente...

Mas a tela não trás xícaras, nem chás!

Vejo apesar disto, vestidos ricamente bordados
A deslizarem languidos, suavemente
Pelos pisos de mogno, brilhantes...

A tela não tem qualquer vestido, ou piso!

Agora escuto a canção que ecoa!
E que delicia de música...
Só um piano, provavelmente de cauda
Tocado com a delicadeza de mãos de um anjo

A tela não tem piano!!!

Dizem ser apenas uma natureza morta
Uma tela de flores... Num vaso frio de cobre
Que está na janela, e lá fora chove!

Pergunto-te...

- Será?



Márcia Poesia de Sá – 07.07.2010


BrunVan Dyke: o nome de uma tinta à óleo, de cor marrom, muito escuro.

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