sexta-feira, 31 de dezembro de 2010

FELIZ ANIVERSÁRIO MÁRCIA

Ainda ontem (dois anos)

Gatinhava pela tela azul

Uma artista multisensorial

Ajudei-na com o seu blog

E depois só observer o manancial

Quanta àgua rolou de lá para cá

Márcia hoje é poetisa sem igual....


Decimar Biagini

quarta-feira, 6 de outubro de 2010


Eu te amo

E te amo tanto que nem compreendo...

Eu te vejo na manhã quando o sol se espreguiça
Vejo-te na taça de vinho tinto...
A sorrir para mim,

Vejo-te no mar que não tem fim
Vejo-te nos meus sonhos...
E até nos pesadelos
Quando te procuro
Sem conseguir vê-lo...

Amo-te nas tardes de sol ameno
No reflexo de céu no lago...
Amo-te em meus pincéis, quando em azuis se disfazem...

Amo-te na tela branca
Em teu sorriso que brilha
Amo-te na minha saudade
Que está se tornando infinita

Amo-te na lua cheia
Na brisa do Recife antigo
No cheiro de terra molhada...
No som de burburinho de rio...

Ah! Eu te amo quando durmo
Quando acordo, quando escrevo, quando apago
Eu te amo quando morro, quando vivo, quando grito e quando calo.

Eu te amo quando te leio...
Quando te lembro...
Quando exalo!

Amo-te na minha loucura
E nos momentos de sanidade...

Eu te amo quando a chuva cai...
E esconde minhas lágrimas
De pura poesia e saudade
Do azul que vive em você.

E para resumir isso tudo...
Apenas preciso dizer...

Que mesmo na distância,
Eu amo amar você.

Márcia Poesia de Sá

Hoje Acordei com um certo vazio sussurrante, uma saudade imprecisa

Um “que” de melancolia... Dizem que os poetas tem disso, de quando em quando são acometidos por sentimentos e sensações não totalmente explicáveis.

Será que é a tristeza combustível de poesia?

Ou seria a poesia combustível da tristeza inventada...?

Sabe-se lá...

Apenas sinto a brisa que escorre pelas paredes

E vejo o revoar de pensamentos, alheia a eles...

Distante deles e de mim, apenas observo

Como observa o diretor da peça no primeiro ensaio

Vejo como eles se movem, como se expressam, como calam...

Olho atentamente para as mãos de cada sentimento meu, penso que as mãos falam muito...

E falam tudo. Não há como esconder os sentires internos se olharmos para elas.

Hoje acordei assim, estranha... sozinha...

Vaga como um mar em calmaria...

Impalpável como brisa

Triste...

E se é possível falar em cor...

Hoje acordei num tom de verde oliva e cinza

Mesclados grosseiramente sabe?

Há raios de ambas as cores em minha paleta.

Bom, vou pintar...

Quem sabe eu consiga jogar fora o frio que me consome

E colher da luz da tarde, algum brilho de manhã.

Márcia poesia de Sá

domingo, 26 de setembro de 2010

RESSENTIMENTOS

Que se esqueça o rancor eterno
Pois vergonha e lágrimas
Fazem desse mundo o inferno
Que se proponha o virar das páginas
E saia fecundo o existencial inverno
Que se aprenda com as obras erradas
E caia o profundo mal eterno
E que se renda o abraçar nas guerreadas

Esse arremesso em queda livre
Que hoje denominamos de vida
É o recomeço que não tive
E que hoje proclamamos de acolhida
Venha cá, meu irmão, me dê o abraço
Que a passagem neste chão é tempo escasso

Decimar Biagini

quinta-feira, 12 de agosto de 2010


Confissão masculina

Tal qual um pequeno oceano
Insurgindo-se contra os rochedos
Somos as fúrias da mitologia
E a calma brisa em arvoredos

Como berro gritante e pontiagudo
Queremos quebrar os espelhos absurdos
Resguardando entre calados soluços
Os interditos desejos de chorar

E neste poço fundo, coração,
Navegam mares, tantas caravelas...
Nas raias dos desejos, exasperam-se
Quimeras de embustes hormonais

Velejo dentre calmaria e tempestade
Entre lanças de destino, controversos
E levanto minha bandeira escarlate!
Sou homem, sou criança, sou diverso

Amamentado no seio na vida
Amadureço sob o quente sol
E guardo em meu peito, escondido...
O morno cueiro de meu arrebol

Márcia Poesia de Sá

quarta-feira, 7 de julho de 2010

Natureza morta



Fundo de tela pintado
De Brun Van Dyke

Vejo rosas, cor champanhe
Em um vaso de cobre
Iluminado por um único facho de luz

Vindo mansamente de uma janela
Vidraça... Com gotículas de chuva.

Sinto todo o aroma que exala
Até posso escutar o tilintar
De xícaras de finíssimas porcelanas
É hora do chá, provavelmente...

Mas a tela não trás xícaras, nem chás!

Vejo apesar disto, vestidos ricamente bordados
A deslizarem languidos, suavemente
Pelos pisos de mogno, brilhantes...

A tela não tem qualquer vestido, ou piso!

Agora escuto a canção que ecoa!
E que delicia de música...
Só um piano, provavelmente de cauda
Tocado com a delicadeza de mãos de um anjo

A tela não tem piano!!!

Dizem ser apenas uma natureza morta
Uma tela de flores... Num vaso frio de cobre
Que está na janela, e lá fora chove!

Pergunto-te...

- Será?



Márcia Poesia de Sá – 07.07.2010


BrunVan Dyke: o nome de uma tinta à óleo, de cor marrom, muito escuro.

sábado, 22 de maio de 2010


Para ti

Há em ti uma vastidão insondável
Um poeta palpável, uma lírica veia

Há em ti um poema em penumbra
Há uma onda em brumas
Caravelas de mar

Há em ti um abraço ameno
Um coração que sonha
E que sempre sonhará

Há em ti, um olhar de menino
Um sorriso maroto
Um suspiro no ar

Eu te vejo, e me sinto absorta

Observo em cada linha...pedacinhos de ti

E a canção, que agora componho
Tem a melodia de um sonho
Acompanhada por bandolins.

Márcia Poesia de Sá

domingo, 9 de maio de 2010


Amor d’Aurora Primaveril

Abri a porta do meu dia, para encontrar você.
Até meus sonhos estavam despertos.
A mão do meu amor ofereceu-te companhia,
E os meus gestos, de carinho, encobertos.

A lua cega buscava o seu repouso,
e uma melodia suave embalava o amanhecer
Meu desejo intenso contava horas,
Neste momento de magia, a florescer...

Cantavam pássaros, caíam folhas,
A paisagem me convidava a te buscar.
E eu buscava, nos meus quadros, nos meus versos,
Para só em mim te encontrar...

Eras minha obra predileta...
pendurada em minha galeria particular
e eu te observava absorto...
cada vez mais perdido neste teu olhar

Então, do amor que era só desejo,
Foi-se chegando, mas com mansidão,
E sem pedir, e sem fazer alarde,
Entrou sem pressa no meu coração...

Aconchegou-se de forma morna
e fez de mim refém...
doce sentimento que aflora
na poesia de um querer tão bem...

Então, dos versos que eram tão perfeitos,
Foi-se brandindo toda a minha obra,
E sem excessos, sem restar espaços,
Nesse querer que, de querer, não sobra...

Se completando como tela e tinta...
o meu amor, ao teu, deseja o tempo
reescrevendo o verso mais lírico
rasgando à força tanto sentimento

Amar-te-ei em duras invernias,
E nos verões de fogo mais intenso,
Que desse amor, não restarão nem cinzas,
E as solidões se esvairão com os ventos...

Minha tristeza como folha alaranjada
rolou para longe, fim da longa espera
que em teu abraço, forte e perfeito
abriu manhãs em minha primavera

Enfim Amor, o teu amor bendito,
É a razão das minhas poesias,
É o meu caminho em estações, e eu digo,
Amar-te assim, é a minha alegria!


Márcia Poesia de Sá e Ânderlo Strwsk