VAI SONETO
Espalhe-se soneto livre
Na cura do novo mundo
Traga o verso que não tive
Exponha meu eu profundo
Percorra as frestas das dores
Em cicatrizes mais humanas
Leve aos leitos mil flores
Reduza os anos em semanas
Ensine o homem a ser feliz
Faça o que não pude fazer
Leve o amor a quem lhe quis
Depois volte para me dizer
Se tornei-me na vida aprendiz
Então poderei em paz morrer
Decimar Biagini
SONETO LIVRE AO SONETO LIVRE
Não gosto da métrica
Pois paciência não tive
Gosto do soneto livre
A rima é como páprica
Tempero de combinações
A sonoridade trás emoções
Como cantar com letras
Sem regras obsoletas
No entanto os versos
Única regra de formato
Em desafios complexos
Transbordar sentimentos
Em quatorze versos conexos
Sem trazer aborrecimentos
Decimar Biagini
SONETO AOS COMENTÁRIOS
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Que sorte a minha
Fui buscar consolo
No singelo soneto
Nem amigos tinha
Fiz dele um gueto
De poetas amigos
Tudo tem conserto
Inclusive os motivos
Falar de saudade
De solidão e agonia
Ameniza a ansiedade
Trás ao poeta alegria
Colegas com sinceridade
Trouxeram-me a luz do dia
Decimar Biagini
SONETO À ESPERA
Na busca de distração no tempo
Vejo a vela da vida em candelabro
A última resina se foi com o vento
E novamente, o tempo fica vago
Fico a espera de minha amada
Que traga-me a luz tão logo
Fazer poemas é quase nada
Para essa ansiedade que jogo
O soneto se vestiu de amigo
Para curar-me do mal da saudade
Tão logo se encerre no que digo
Trará ao poeta nova ansiedade
Qual será então a temática?
Que seja amor ao invés de saudade
Decimar Biagini
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