quarta-feira, 2 de setembro de 2009


Leve e livre...

Acostumei-me a estar assim
unida em um cacho...petalas irmãs
da mesma rosa...o mesmo aroma...a mesma prosa

Mas o inverno chegou...
e a torrencial lagrima do céu...
desfez a rosa, caimos ao leu

E secamos ao sol
corremos os campos...
cada uma numa direção
até as via voar!
perto das cercas
longe de mim

E pairei em um tronco antigo
de jaboticabeira...
recostei meu corpinho de petala ali...
e fiquei a sentir o vento...
que me pressionava ao solo

De repente dormi...
e acordei fruto
doce e robusto
maduro!
sendo colhida por alguém

acho que o conheço...
rsrs...era o jardineiro
que tempos atrás me podava
aguava e amava

e me chamava de flor

Márcia Poesia de Sá
Tento...atenta...disperso

Ha um clarão na brancura da lua
um corremão na estátua da rua
Sinto-me tua, sendo imensidão
contida, reclusa...em tua mão

Vago correndo por entre linhas
sozinhas, seres desta folha
como uma bolha, inexisto

Insisto, subo...explodo
gotejo, molho...evaporo

Algo ilumina a madrugada
numa lua que se abre e se fecha
como flexa de anjo querubim
E em mim? algo tremula
escassea-se, secura...
da lingua que cala
o grito da alma em povorosa!

Nervosa! feliz, medrosa
sucumbo em meu proprio abismo
e arrisco um sorriso
antes do ponto.

Márcia Poesia de Sá
Peregrino de mim


Busco-me e adentro em vazios
o eco d'alma escandaliza-me
Retiro-me imaginando estar fora
O alardear de horas em que me cego

Corro-me, como se corresse em escaladas
e dos anos não vejo nada, só um ar quente
de janelas fechadas...e nada de mim ha lá

Leio e releio-me em biblias vazias de linhas
palavras carcumidas pelos séculos tantos
sussurro mantras...e rogo a lua que me desnude
a pele branca daquela rua onde escrvi meu nome

Saio entrando em curvas e linhas, rodopio!
pintando verdes as arvorezinhas, arrepio...
que me recolhem em minhas noites gélidas

Me busco, pensando buscar-te
querendo nomear um Deus...quando ja nem sei
Se nomes são de fato reais...nesta busca
onde a unica estrada que existe..
não segue, mas volta!
Para dentro deste ser que grita ser
peregrino de si mesmo!

Márcia Poesia de Sá - 01/09/2009
Sutilezas...


O olhar quase em silencio, observa as paginas que me decompões com calma...um sorriso aqui, outro ali...ficamos por horas assim um lendo a alma do outro em linhas que nem sempre seguem qualquer coerencia, elas apenas saltam aos olhos e pedem um olhar mais profundo...um dedilhar de frases...um leve saborear de palavras ...tantas palavras ja abraçamos juntos enquanto a madrugada faz sinal de silencio aos outros sons possiveis...e os relogios param ao ver este abraço e como um milagre as horas passam lentas...as vezes num segundo, sessenta suspiros, dez lagrimas de emoção...eu e você juntos...um poema da em nossas mãos! E um sonho...
Construir um castelo de nuvens, a beira de um mar azul...onde voem gaivotas e linhas de uma linda estória de amor...onde poetas decompoêm o verso triste e dão as rimas um novo tom...com pinceladas de esperança...escrevem o titulo do mais belo poema visto!...
Poetas amam em silencio! embora bradem seus amores, musas e silencios, ocos, nós e lamentos...apenas o poeta sabe...de seu eu lirico, que gota é real...e que lágrima é fantasia...as vezes...nem ele proprio consegue definir...E assim sendo, cria, ama, chora...mas sempre......escreve!

Márcia Poesia de Sá